quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dois dias atrás eu voltava prá casa e, enquanto o tempo passava, eu observava aquela porção de gente estranha no ônibus. Todos cansados, ouvindo suas músicas, com o olhar perdido e eu ali parada, me equilibrando e lendo os poemas estampados nas janelas do Cohab. Numa das janelas noto uma moça de cabelos lisos e loiros, concentrada, por um instante imaginei que fosse uma quarentona que dormia no banco. Ela levava em suas mão algo que não era estranho, só que prá mim era curioso, suas mãos teciam rapidamente um guardanapo, crochê, se não estivessemos em 2010 juraria que ela logo iria se casar. Como em outros tempos...
as moças já nasciam sabendo bordar, costurar e logo na adolescência casavam-se. Hoje as meninas fazem jiu-jitsu, lêem cama sutra, trabalham de seguranças e por aí vai. Na realidade não importa o que fazem ou como pensam, o que achei interessante é que todas, tanto as moças de antigamente quanto as gurias da geração y, buscam um ponto de equílibrio no meio de toda essa confusão da vida urbana, o contraste é interessante, senhoras dançando funk e moças fazendo crochê.

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